domingo, 21 de julho de 2013

O nacionalismo e suas facetas



   Mesmo estando um pouco atrasado, recentemente tivemos uma onda de manifestações, com a consequente explosão de uma série de fatores que há tempos incomodava (e ainda incomoda) o brasileiro. Isso nos remete a um dos sentimentos que talvez seja o que mais analisamos com os olhos errados: o nacionalismo.
Primeiramente, devemos deixar clara a diferença entre nacionalismo e patriotismo. Segundo o Dicionário Aurélio (e não só segundo ele), são definições tão diferentes que chega a ser engraçado:
  •      Patriotismo: s.m. Amor à Pátria.
  •      Nacionalismo: s.m. Preferência determinada pelo que é o próprio à nação à qual se pertence. / Doutrina que reivindica para a nação o direito de praticar uma política ditada unicamente pelos seus interesses, opondo-se a qualquer associação suscetível de limitar-lhe a liberdade de ação. / Movimento social de indivíduos que tomam consciência de formar uma comunidade em virtude dos elos étnicos, linguísticos  culturais etc., que os unem.


Percebe-se, claramente, a complexidade do termo; o nacionalismo não só anda junto ao patriotismo, vai além dele. Aprofundando mais ainda o conceito, o nacionalismo moderno surgiu com a Revolução Francesa, consolidando-se mais ainda em conflitos posteriores, a fim de proteger a nação de um exército invasor ou com um desejo de independência. Esse sentimento traz ao indivíduo um senso de comunidade, que faz com que o mesmo não aja por si só, mas sempre pensando em um todo, em virtude dos fatores que os unem. Lembrando que não estou falando de um nacionalismo ufanista, tal sentimento é doentio e totalmente irracional, que à nação em si nenhum benefício traz, mas, sim, a um pequeno grupo que, por algum motivo, o incentiva.
No Brasil, nunca tivemos nenhum episódio histórico tão relevante que movesse em nosso povo um desejo de cultuar esse amor racional à pátria, que vê defeitos e luta para corrigi-los. Há aqueles que fazem isso, mas visivelmente são poucos. Quando não é 8, é 80. Esse “erro histórico”, infelizmente, fez com que esse sentimento, erroneamente confundido com o nacionalismo ufanista, fosse visto como algo idiota e dispensável por boa parte do nosso povo – que, por incrível que pareça, é aquele mesmo povo que em época de jogo pinta a cara de verde e amarelo e canta que tem orgulho de ser brasileiro.  Não sinto a necessidade de comentar a questão do futebol, porque já acho assunto batido.
Indo mais afundo, pergunto: Por que político no Brasil tem tanto descompromisso para com o povo? Assim como a maioria dos brasileiros, nossos políticos também não têm esse amor à nação e um consequente sentimento de coletividade. É criado não só nele, mas também em nós, um sentimento individualista, que nos faz agir por si sós. Vemos em países como a Alemanha um nacionalismo forte (volto a dizer, excetuando-se totalmente aquele sentimento doentio), onde os indivíduos agem numa coletividade tão consciente que garante o progresso de todos.
Resumindo e finalizando, falo aqui de um nacionalismo que se orgulha daquilo que merece orgulho e que provoca no cidadão uma percepção de que existem outras pessoas com vários fatores em comum, unidas por uma nação, e de que, nesta mesma nação, existem problemas que podem ser solucionados por eles mesmos, se agirem em conjunto; não daquele cego aos problemas e a ideologias baratas.
Para finalizar de verdade, gostaria de pedir um retorno, simplesmente clicando em "Gostei" e "Não gostei" ao fim da publicação e um possível comentário, somente para que eu veja se estou fazendo merda ou pouca merda. Desde já, meu sincero agradecimento. 

Um comentário:

  1. Acho que sou suspeita pra comentar, mas realmente adorei o texto. Compartilho das mesmas ideias que você e acho que é totalmente necessário esclarecer os conceitos das coisas. As definições de patriotismo e nacionalismo costumam se confundir e, muitas vezes, as pessoas tem a ideia errônea de que tudo não passa de um nacionalismo ufanista. Enfimmmmmm, seu texto ficou lindo e esclarecedor. Continue sendo gostoso s2

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