Semana passada
acabei machucando minha perna e tendo de ir ao hospital. O atendimento foi normal, o médico foi
bastante atencioso e soube do que se tratava rapidamente. É claro que isso não
aconteceu em um hospital público, até porque caso eu tivesse ido a um hospital
público, provavelmente estaria lá até agora. Depois de tudo feito, cheguei à
minha casa e comentei com a minha irmã que o médico era bastante preparado, já
que tinha descoberto o meu problema com bastante facilidade. Ela olhou para mim
com cara de bunda e disse que, na verdade, ele havia feito apenas o trabalho
dele, já que estudou e é pago para isso. Com isso, parei e pensei: Por que
ficamos tão impressionados quando alguém simplesmente faz bem feito aquilo que
deve fazer?
Infelizmente
fomos criados num modelo de sociedade no qual nada funciona; tudo é feito de
forma hostil e individualista. Fomos educados pensando que quase nada dá certo.
Apesar de não estar longe da realidade, é como se o problema fosse a sua
própria causa. Foi estabelecida uma conformidade com o erro, que gera uma bola
de neve, com uma consequente estagnação. Exemplos disso são encontrados em
nosso cotidiano: o brasileiro elege um candidato já com a certeza de que não
será honesto e simplesmente não faz nada para mudar isso; vamos ao hospital já esperando enfrentar um dos diversos
problemas que lá brotam e simplesmente não fazemos nada para mudar isso; viajamos sabendo que as estradas estão sucateadas e simplesmente não fazemos nada para mudar isso; saímos à noite com o medo de sermos violentados e, novamente, simplesmente não fazemos nada para mudar isso... Infelizmente, são mais
situações do que eu poderia citar.
O erro já não
é aquilo que nos assusta, mas sim algo acontece nos seus simples conformes. Devemos
valorizar o correto, com toda certeza, o problema é quando nos distanciamos
tanto dele, que acabamos encarando-o como algo sobrenatural. Ao passo que fazemos
isso, somos levados a agir “segundo a normalidade” e contribuirmos cada vez mais para essa
tal degradação. Agimos de forma individualista e não nos preocupamos com o real
significado das nossas ações, o que leva a uma série de problemas sociais. Precisamos tratar sempre o errado como errado
e o certo como certo, não nos acostumando nunca com o incorreto e contribuindo
sempre para a evolução da nossa sociedade, caso contrário, ficaremos sempre impressionados quando um médico não nos diagnosticar da forma errada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário