segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sempre jironças


Semana passada acabei machucando minha perna e tendo de ir ao hospital.  O atendimento foi normal, o médico foi bastante atencioso e soube do que se tratava rapidamente. É claro que isso não aconteceu em um hospital público, até porque caso eu tivesse ido a um hospital público, provavelmente estaria lá até agora. Depois de tudo feito, cheguei à minha casa e comentei com a minha irmã que o médico era bastante preparado, já que tinha descoberto o meu problema com bastante facilidade. Ela olhou para mim com cara de bunda e disse que, na verdade, ele havia feito apenas o trabalho dele, já que estudou e é pago para isso. Com isso, parei e pensei: Por que ficamos tão impressionados quando alguém simplesmente faz bem feito aquilo que deve fazer?
Infelizmente fomos criados num modelo de sociedade no qual nada funciona; tudo é feito de forma hostil e individualista. Fomos educados pensando que quase nada dá certo. Apesar de não estar longe da realidade, é como se o problema fosse a sua própria causa. Foi estabelecida uma conformidade com o erro, que gera uma bola de neve, com uma consequente estagnação. Exemplos disso são encontrados em nosso cotidiano: o brasileiro elege um candidato já com a certeza de que não será honesto e simplesmente não faz nada para mudar isso; vamos ao hospital já esperando enfrentar um dos diversos problemas que lá brotam e simplesmente não fazemos nada para mudar isso; viajamos sabendo que as estradas estão sucateadas e simplesmente não fazemos nada para mudar isso; saímos à noite com o medo de sermos violentados e, novamente, simplesmente não fazemos nada para mudar isso... Infelizmente, são mais situações do que eu poderia citar.

O erro já não é aquilo que nos assusta, mas sim algo acontece nos seus simples conformes. Devemos valorizar o correto, com toda certeza, o problema é quando nos distanciamos tanto dele, que acabamos encarando-o como algo sobrenatural. Ao passo que fazemos isso, somos levados a agir “segundo a normalidade” e contribuirmos cada vez mais para essa tal degradação. Agimos de forma individualista e não nos preocupamos com o real significado das nossas ações, o que leva a uma série de problemas sociais.  Precisamos tratar sempre o errado como errado e o certo como certo, não nos acostumando nunca com o incorreto e contribuindo sempre para a evolução da nossa sociedade, caso contrário, ficaremos sempre impressionados quando um médico não nos diagnosticar da forma errada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário